ELCIR CASTELLO BRANCO
Poeta.
Nasceu em 10-07-1937 na cidade de Cândido Mota, Estado de São Paulo, Brasil. Advogado formado na USP em 1962.
Os poemas a seguir, foram escritos e publicados em 1961 quando o autor tinha 22 anos.
ANTOLOGIA DOS NOVÍSSIMOS. São Paulo: Massao Ohno Editora, 1961. “Coleção dos Novíssimos” vol. 9. Capa de João Susuki. Ex. bibl. Antonio Miranda
INOCÊNCIA
O urso de pelúcia
vigora a felicidade
sem lógica e metafísica
dos nossos primeiros dias
Somos crianças
de uma idade incerta
que o tempo não brotou
Vivemos os encantamentos
da caixa de segredos
A razão
obra do acaso
apenas arranha o enigma do real
para dar pão à nossa liberdade
Atinge só a forma da estátua
em vão escuta o palpitar do seu vazio
O vazio e o nada
que refletem seu desespero
tangem-na à dúvida
Quando inocentes fugimos à dúvida
A inocência é a nossa resposta ao mistério
Enquanto o prá-que-fazer
renasce frustações atávicas
Celerados vamos assassinando a vida
e recriando o futuro
embrião de novos crimes
pai do havemos-de
que nunca chega
POEMA II
Morrer
é dar-nos à sinfonia
e acompanharmos a vida do eterno
Pois existimos sempre
na pautas vibrantes das carícias
Cósmicos namorados
ligaram a nossa possibilidade
à substância
para que fôssemos universais
Sem o amor
nunca nos poderíamos integrar
O amor é o nosso retalho
de colcha da vida
retribuição à possibilidade de morrer
A morte é o amor da partícula
ao todo infinito
É completar-nos
*
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Página publicada em junho de 2021
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